quinta-feira, 16 de julho de 2009

ta tudo meio solto, meio louco, meio sem cara, meio sem nome, meio sem cheiro, meio sem gosto, meio sem nada, meio de longe. ta tudo meio um pouco, meio esquecido, meio apagado, meio esquisito, meio cansado, meio dormindo, meio acordado, meio fingindo. tem nada de tão novo, tudo tão gasto, tão sujo, tão vago, tão nulo, tão vasto e imundo. tem nada de alvoroço, tudo ta quieto, silencioso, misterioso, atento, lento, reto. tem nada de gargalhada, ta tudo tão morto, tão frio e vazio. tudo meio sem graça, meio sem vontade, meio sem fome, meio sem nada. tudo meio sem nota, sem ginga, sem rima, sem samba, sem bola, sem nego, sem branco, sem índio, sem santo. ta tudo meio sem cor, meio sem dor, sem calor. tudo meio sem tato, opaco, estático, apático, mórbido. tudo muito lógico, quadrado, medido, cuidadosamente calculado e conferido, desastrosamente generalizado e consentido, religiosamente praticado e repetido. ta tudo ali, logo ali, quase lá, mais pra cá. ta tudo tão por pouco, muito pouco, só um pouco mais. ta tudo tão pra mais, tão pra menos, tão pra fora, tão pra dentro. ta tudo tão perdido, tão sem jeito, tão aceito. ta tudo sem sentido, rigorosamente planejado e garantido, compulsoriamente reafirmado e ingerido. consequentemente destruído.

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