domingo, 27 de fevereiro de 2011

O tempo parado no ar. Cada um em seu devido quarto, ventiladores ligados, cobertores nas pernas, luzes dos corredores e das varandas ligadas, ruídos de eletricidade nos interruptores e na geladeira, portas entreabertas. Nos guarda roupas, roupas; alguns objetos pequenos, valiosos, remédios ou até dinheiro escondidos por debaixo das pilhas de roupas limpas. Cada quarto com seu cheiro próprio, com sua própria alma, sua própria harmonia. Alguns mais empoeirados e outros bem organizados; alguns vazios e outros entulhados de restos de memória. Compondo a atmosfera de cada cômodo, os corpos com suas respirações. Profundas, rasas, curtas, longas, silenciosas, barulhentas, delicadas, brutas, leves e pesadas. E, compondo a parte invisível de cada canto, os sonhos.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

tarde da noite e mesmo assim está claro demais para ver estrelas. janelas piscando, poucos carros furando os sinais nas avenidas desertas. os corpos tentam não existir, seja em casa, nas ruas ou em qualquer outro lugar que a noite permita estar. pelas ruas vazias surgem melodias bonitas que saem dos bueiros quentes ou caem frias junto com o sereno. mentira, surgem apenas dos meus fones de ouvido. mas de qualquer forma, tenho que admitir, cidade é linda quando dorme.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O pior dos temporais aduba o jardim

(sergio sampaio)