segunda-feira, 27 de junho de 2011

um copo de água com um dedo de água parada a dois dias, uma luz fraca do poste entra bela pela janela entreaberta que troca ventos com a porta quase fechada. um caderno com dois números de telefones, cubos e vórtices desenhados sem muita consciência, restos de papel no espiral do caderno e um lápis com a ponta gasta sobre outra uma pilha de rascunhos. faz silêncio e frio. a luz do meu quarto queimou e a tomada que ligo o abajur está com mau contato. talvez o acaso esteja certo. talvez seja hora de deixar que as coisas aconteçam por si só. ou talvez não seja nada do que eu penso. talvez seja hora de não ter razão. já estamos no segundo quarto da madrugada e ainda não sinto vontade de deitar. na minha nova rua não existe muito movimento noturno, alguns ratos, baratas e cachorros compartilham um lixo molhado de chuva; o porteiro do prédio vizinho cochila diante das imagens mortas que oscilam nas câmeras de segurança. nenhum assalto, nenhum bar próximo, nenhum sinal de emoção a vista. talvez seja hora de deitar.