quando a falta de sentido se torna vida:
hoje, parado no trânsito das 18 na reta da penha, olhei pela janela do ônibus e senti meu coração parado. senti meu sangue coagulado e meus pensamentos ficando dormentes. olhava para as pessoas nos assentos ao lado, para as pessoas sozinhas nos carros ligados, para as pessoas esperando nos pontos de ônibus lotados. e, pude sentir em todos, como em um sentimento único e sólido, uma vontade de não viver, de não ser, de não ter que estar assistindo sob o céu cinza de inverno, sobre o asfalto gelado desse deserto, essa vida de possibilidades infinitas, sendo agora travada, morta nas ruas silenciosas de sons difusos e sem musicalidade. ainda faltavam alguns pontos até a minha parada, e pela quantidade de buzinas no ar, ainda ficaria longos minutos ali parado. então recostei a cabeça no assento da frente e fechei os olhos. acordei segundos depois pensando que havia dormido muito, e com a sensação de ter tido um sonho confuso. aos poucos fui me lembrando do sonho. foi quando acordei assustado dois pontos depois meu.
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