terça-feira, 19 de janeiro de 2010

agora as sombras já estão ficando amareladas e a noite não vai demorar muito pra chegar. depois as milhares de janelas que posso ver daqui vão começar a piscar todas em rítmos muito parecidos. vai ser uma noite quente e com vento fraco. as estrelas não vão aparecer, pois têm vergonha de se mostrar na claridade das nossas ruas perigosas. acho que a lua não vai aparecer também, e se aparecer ficará por trás de algum prédio. as avenidas devem estar paradas com pessoas enfileiradas e solitárias cada uma dentro de sua caixa isolante. outro tanto de pessoas devem estar se esfregando ou cochilando dentro de um ônibus parado esperando com a calma de uma rotina milimetricamente calculada o seu ponto, a sua casa, a sua família, a sua janta, a sua cama. alguns cachorros começaram a latir na minha rua e o bar da esquina começou a tocar música alta. é terça-feira, janeiro, verão.

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