segunda-feira, 28 de setembro de 2009

só a natureza é divina, e ela não é divina...
se às vezes falo dela como de um ente
é que para falar dela preciso usar a linguagem dos homens,
que da personalidade às cousas,
e impõe nome às cousas.
mas as cousas não têm nome nem personalidade:
existem, e o céu é grande e a terra larga,
e o nosso coração do tamanho de um punho fechado...
bendito seja eu por tudo quanto sei.
é isso tudo que verdadeiramente sou.
gozo tudo isso como quem sabe que há o sol.



(alberto caeiro)

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