num ritmo que não faço muita questão de entender, meus dias passam rápidos e lentos.
a sério é que não da pra levar essa zona que está meu quarto e minha cabeça. dois pares de chinelos dispersos no chão, um deles virado de cabeça para baixo e com a correia quebrada. dois copos de água pela metade, um deles com um inseto morto boiando. algumas dezenas de livros acotovelados esperando alguma razão para existir. de um armário velho e quebradiço peças de roupas também velhas e alargadas tentam fugir das gavetas que nunca se fecham completamente. sobre o armário bambo e quebradiço, artesanatos baratos que comprei em alguns poucos lugares que visitei. aqui do meu lado uma televisão que serve apenas pra disputar poeira com os livros. discos, cd´s, revistas, instrumentos de percussão, dois cavaquinhos, um deles sem corda e o outro desafinado, dois violões, um deles bom e o outro muito velho e sem corda. um abajur caído e com a lampada queimada. na parede algumas fotografias. e eu ainda estou aqui, achando graça do meu próprio tédio e achando bonita essa bagunça que no fundo se origina daqui de dentro de mim. hoje é dia de finados e está garoando como de costume. amanhã é quarta feira e não vejo a hora de chegar o próximo final de semana.
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