segunda-feira, 23 de agosto de 2010

segunda-feira

o horizonte estava esquecido por trás dos prédios com suas janelas embaçadas, por trás dos sons dos carros, para além dos rostos sem muita vitalidade e expressão. o cenário perfeito para o suicídio em massa. o lugar perfeito para se chamar de inferno. no primeiro momento senti como se uma camada de fogo e fumaça me empurrassem para as suas profundezas. por pouco, nas entrelinhas de um suspiro mais forte, brotou um pensamento, um pensamento que brota como uma flor no canto da calçada: a melhor coisa do mundo é se sentir em casa dentro do seu próprio corpo.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

as coisas.

claro que é banal, mas me assusta demais a forma com que as coisas passam do plano do desconhecido para o plano do evidente como se sempre fossem o que são e o que foram, ao mesmo tempo. e ainda ao mesmo tempo parecem que não podem ser outra coisa: nem o que eram, nem qualquer coisa mais. podem ser tudo, mas não o são. podem ser qualquer coisa, mas só são o que são.

domingo, 15 de agosto de 2010

a vida é uma seqüência de cambalhotas.

algumas vezes a certeza é só o medo da dúvida,
por outro lado, a dúvida as vezes é só uma forma de fugir da certeza.


meu caso é mais um, é banal.

parece que tem um calo no meu coração. engraçado que tudo agora parece ironia. tudo parece uma engraçada mentira, e as poucas coisas que parecem verdadeiras, tornam-se monótonas e enjoativas. seria triste se não fosse ridículo e engraçado, mas a segurança é um tédio. acharia trágico se não fosse comigo, mas essa certeza, paradoxalmente, quase me mata do coração.


engraçado como esses dias passam como se fugissem de alguma coisa.